O fliperama que ficava em frente à Praça Osório era o único de Curitiba que tinha o “novo Street Fighter”. Desta forma inocente, eu e meu amigo Alessandro atravessávamos a praça em meados de 1992, ansiosos, imaginando como seria esta tal continuação do jogo da Capcom. Mal sabíamos que quem nos esperava do outro lado não era a turma de Ryu e companhia, mas sim uma nova franquia chamada Fatal Fury.
Terry Bogard, Andy Bogard e Joe Higashi? Quem são estes heróis?! Onde diabos estão Ken, Blanka, Zangief e os outros? Os inimigos se chamam Richard Meyer, Michael Max e Billy Kane?! Cada nome esquisito não? – Foi o que concluímos ao ver o “demonstration play”.
Quando a tela de abertura mostrou a logo do game: Fatal Fury – King of Fighters, percebemos que não era mais um capítulo de Street Fighter, mas sim um outro game no mesmo estilo, produzido por uma empresa pouco conhecida na época. Estava lá escrito com todas as letras: NEOGEO, SNK CORP. OF AMERICA 1991. A gente ainda não sabia direito o que significava tudo aquilo, mas este fato não impediu que Alessandro arriscasse uma ficha e tivesse sua primeira experiência com o aquele arcade.
Apenas três personagens selecionáveis. Alessandro logo escolheu o que estava no centro, Terry: um cara loiro cheio de estilo; calça jeans, boné vermelho e com uma vasta cabeleira. Dava pra selecionar o primeiro inimigo também. Que tal começar batendo num frágil velhinho chamado Tung Fue Rue? Ledo engano, após levar algumas pancadas, aquele senhor oriental revelou-se nada frágil, transformando-se em um monstro cheio de músculos e golpes apelões. O resultado desta história foi uma sova inesquecível, um game over épico em poucos minutos!
Após a breve partida, tiramos nossas primeiras conclusões: Street Fighter 2 ainda tinha melhores gráficos e jogabilidade. Fatal Fury apresentava um visual meio pixelado e como era difícil soltar um “hadouken” naquela máquina! Apesar destes contras, o game continha um charme suficiente para registrar-se no rol dos grandes; com dois planos de luta (ver foto abaixo), um visual mais despachado dos personagens, golpes sensacionais e uma trilha sonora impactante.
Daquele dia até hoje, após praticamente 20 anos, consigo perceber mais diferenças entre FF de Street Fighter, como por exemplo, as cut scenes. No título da Capcom pouco se sabe, até que se feche o jogo, qual é o objetivo daquela epopéia toda. Entretanto, o trabalho da SNK desde o início mostra Geese Howard (o organizador da competição), muito incomodado com a inscrição de Terry Bogard no campeonato, irritação decorrente de uma conexão familiar entre os Howards e os Bogards, que acaba se evidenciando no desenrolar dos combates.
Os cenários, fundamentalmente urbanos, contêm metrôs, carros, prédios e praias, tudo próximo a uma mesma vizinhança, em oposição a SF, onde ambientes típicos de países são retratados. Desafios de queda de braço surgem entre as fases e podem proporcionar bônus points. Na introdução de cada luta os nomes completos dos competidores são anunciados - característica que infelizmente foi deixada de lado nos capítulos subseqüentes.
*capoeirista
Outra coisa legal que foi abandonada na série era a opção cooperativa, quando o player 2 desafiava o 1, ambos, antes de lutarem entre si, deveriam vencer juntos o personagem do CPU que estava a duelar com o primeiro jogador. Era uma luta covarde de dois contra um, mas era divertida.
Fatal Fury – King of Fighters, pode não ser tão memorável quando comparado com Street Fighter 2, ou mesmo com sua própria continuação. Contudo, é inegável que este primeiro episódio da saga serviu como base para que tantos outros fabulosos games versus-fighting fossem produzidos pela SNK. A franquia teve fundamental importância ao introduzir personagens carismáticos e cativar consumidores, criando uma verdadeira legião de fãs e consolidando a marca SNK como uma gigante no mercado do entretenimento eletrônico.
7,5/10
gosto muito dos jogos da snk e por toda a minha infancia achava fatal fury superior ao SF2... acho q pelo carisma dos personagens mesmo... agora com a mente mais "desenvolvida" vejo q SF2 era superior tecnicamente mas isso não tira o brilho do "garoudensentsu"
ResponderExcluirVocês tão sumidos, caras.
ResponderExcluirEu joguei um pouco desse treco aí, mas não consegui me adaptar a um jogo que para fazer uma magia tem que digitar o código da CIA. Jogabilidade muito dura. O que ele tem de melhor é o filme em animação contando a história. Um Luxo!
Cara muito bom mesmo. Cheguei até esse blog, porque esta comentando com um amigo que tinha baixado um emulador de arcad e primeiro jogo que baixei foi FF, e como esse amigo treina Maitai, comparei ele com o Joe Higashi.. tempos bons de FF. Agora fica a saudade.
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