Colecionismo de games

opinião

Já pensei muito em começar uma coleção, mas antes de torrar meus preciosos reais resolvi refletir sobre o que nos leva a colecionar e cheguei à conclusão de que tal prática está relacionada com a nostalgia, com o desejo de se resgatar os sentimentos da infância.

Acredito que nem jogando no console verdadeiro é possível retomar a sensação da infância. O tempo passou, as coisas mudaram e as responsabilidades cresceram; não há mais como se repetir a magia daquela época. Questiono-me também do porquê desta pira de voltar a ser criança, tudo bem, um game bom será bom eternamente, assim como um filme. Mas será que é saudável ficar exageradamente preso a uma época?

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Prá mim as lembranças são mais importantes que os objetos

Não sou muito apegado a jogar no videogame real, já fiz a experiência em emuladores e nos aparelhos e percebi que pra mim o que mais importa são as lembranças e não o contato com cartuchos, joysticks e apetrechos dos anos 80/90; não tenho essa tara toda em assoprar fitas e abdicar de um save em games que nos forneciam passwords medonhas.

Provavelmente já assumi que estamos no século 21 e que, apesar de admirar quem coleciona, posso concentrar todos os meus games antigos preferidos em uma única interface, economizando espaço e dinheiro.

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Jogar no Virtual console ou em emuladores já me satisfaz

Enfim, percebi que já me sentia satisfeito emulando no Wii e no PC, logo desisti de colecionar. Resolvi aplicar meu suado dinheirinho em outras coisas, como games novos, roupas, ou coisas que realmente iria usar, ao invés de acumular velharias em casa. Repito, nada contra quem faz isso, é apenas uma questão de experiência pessoal e visão da coisa; não preciso cheirar manuais nem soprar cartuchos para me lembrar da infância e ser saudosista demais pode ser perigoso, pois o tempo não para!

Cada época tem seu charme, óbvio que sou um retrogamer, mas meu objetivo de vida não é voltar no tempo. Já estou com 33 anos, não sou mais criança, adoro videogame é verdade, mas além de rejogar os memoráveis quero viver novas histórias.

No blog do Gagá há dois excelentes posts sobre o tema. O artigo do Piga corrobora com a minha opinião, já o do Eric diverge um pouco, sugiro dar uma conferida!

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About Sandro Vasconcelos

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10 comentários:

  1. [opinião]Apegado sim, obcecado não. Concordo com o que você escreveu super Tandrilion. Os videogames que tenho até hoje vieram de momentos que me marcaram muito, principalmente o Master System II que foi meu primeiro videogame. Tá tudo guardado no armário bem conservado e o que tenho vontade de jogar faço no PC com a mesma nostalgia de antes. Só plugar um controle usb que a magia acontece quando bate aquela saudade de um determinado jogo e até de jogos que joguei e nunca terminei. O que acho que tem que tomar cuidado é pra que o colecionismo nao tire a pureza de jogar um game. A pessoa fica tão aflita se vai estragar, se vai arranhar, é como comprar Comandos em Ação e não tirar da caixa e montar com receio de quebrar. O importante é jogar e se divertir muito, pelo menos é isso que eu sigo sempre.

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  2. Legal Sandro, como já batemos esse papo lá no Gagá Games, não tenho mais "nada a declarar" :D

    É aquela história... coleção (de videogames, no nosso caso) é uma coisa diferente do ato de jogar. É como o cara que coleciona selos: ele não pretende usá-los (nem se quiser), os motivos são outros, colecionar é outra coisa. Se não serve para você (que apenas pretende jogar os jogos) não justifica mesmo. No meu caso, além de os utilizá-los realmente (o tal bônus que a coleção de videogames nos dá -- justamente por isso fiz o tal SuperConsole) tenho um interesse histórico particular com relação aos videogames e tecnologia. Por exemplo, vou aproveitar pra revelar aqui com exclusividade para o RNF: estamos preparando (já está filmado) um episódio do Cosmic Cast sobre as obscuras curiosidades do Atari 2600 com um convidado especialista no hardware deste videogame. Abrimos cartuchos e até mesmo um Atari 2600 -- todos itens da minha coleção, que permitiram a produção deste episódio, vocês vão curtir muito, será algo especial.

    Grande abraço!

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  3. O.k., o.k., Tandrilion! Vou destilar o meu veneno! Hehehe! Bem, concordo em parte com a opinião aqui escrita.

    Acho que o ato de colecionar qualquer coisa depende de diferentes objetivos, motivos, interesses focados por cada pessoa. Em seu texto ficou claro que você quer simplesmente jogar, não se importando com outros fatores, e esse interesse é particularmente seu, fazendo com que colecionar fosse algo desinteressante. Cada um tem seu foco na vida, e com os colecionadores a coisa não é diferente. E pode apostar: não é todo o colecionador de jogos eletrônicos que tem como intenção rememorar a infância. Alguns gostam de colecionar para mostrar para os outros, guardar para montar seu museu particular, guardar para especular valores, etc. Tem de tudo!

    Meu caso: coleciono videogames. Tenho alguns consoles e pouco mais de trezentos jogos (alguns desde a infância), e obviamente eles me remetem à recordações agradáveis e por vezes desagradáveis, mas além disso, gosto também da história que está por trás de todas as caixas guardadas no armário. Além da diversão dos jogos, há também uma coisa que gosto que são as caixas e manuais. Por vezes há informações nelas que não estão em nenhum outro lugar. Um exemplo: baixe a ROM de Metroid II, do Game Boy. Você inicia o jogo e vai até o final disparando contra monstros, mas em nenhum momento é descrito o porque disso. Você só conhece a história do jogo se ver no manual. Hoje temos a internet, onde podemos ver os manuais de alguns jogos, eu sei, mas há inúmeros casos onde isso não é possível.

    Colecionar para mim não é só diversão, mas também absorção de conhecimento sobre os jogos que gosto. Infelizmente só ROMs não me ajudam com isso. Se possível, gosto de ter a experiência completa!

    Enfim, espero ter mostrado a você outros fatores, Sandro, se bem que o Cosmonal já ilustrou a situação muito bem.
    Até outro momento!

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  4. @Marvox
    Tive que vender os consoles da infância para poder mudar de geração. Mas os que tenho agora nunca mais vou me desfazer, isso acabará virando uma coleção obviamente, mas naturalmente. Não vou mais correr atrás das primeiras gerações, o que passou, passou. Abração Marvox, obrigado por prestigiar o blog!

    @Eric Fraga
    Discutimos bastante sobre isso e os textos daquelas discussões e outras que tive no Retroplayers acabaram se fundindo e se transformando neste artigo. Queria falar sobre o tema há um tempão e estes posts acabaram me motivando a publicar isso daqui.
    Fiquei ansioso prá ver esta reportagem sobre o Atari 2600, uma honra saber disso em primeira mão!! =)

    @Eduardo Shiroma
    Eu acho que as pessoas devem fazer aquilo que dão prazer a elas, contanto que não julguem o proceder dos outros. Se você gosta de ler, cheirar ou dormir com manuais (exagerei eu sei hehehe) e se sente bem com isso, porque criticaria tal atitude. Eu gosto de jogar quase tudo no Wii e prá mim está bom, me divirto pacas assim e acho mais prático pelas razões já explicadas no texto. Só quis dar minha opinião, pois não me acho menos retrogamer por não ter um TeleJogo na gaveta, entende?
    Grande abraço!

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  5. Eu sempre fui um cara emcima do muro quando o assunto são jogos antigos, eu sou uma espécie de #NewRetroGamer, por assim dizer...
    Então, eu não sou a favor do colecionismo e nem contra, pois acho que se é isso que deixa essas pessoas felizes, é o melhor a fazer, não ?
    No meu blog principalmente, eu posto mais sobre jogos atuais . Porque ?
    Porque eu zerei somente os jogos atuais, isso não inibe a minha paixão pelos antigos, e até com os videogames novos eu não faço questão de colecionar...
    Obrigado por ter me dado esse conhecimento Pai/Sandro.

    Grande Abraço

    Goomba.

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  6. Pessoalmente...

    Sou um ser nostálgico. Gosto muito de manusear uma fita dessas, mas não sejamos hipócritas ao ponto de dizer que era melhor na época onde você tinha que anotar 16 números (se não me engano) para voltar a jogar naquela fase do Mega Man onde parou um dia antes. Ou que tinha que soprar fitas 300 vezes até que funcionassem (engraçado que as pessoas só lembram da última soprada, aquela que funcionou).

    Agora... Que eu queria aquela fita vermelha do Doom, ou a preta do Killer Instinct, ahhh meus amigos... Isso eu queria, hehehe.

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  7. @Goomba

    Está na hora de fechar um game antigo e fazer uma análise!

    @gakuma

    Exatamente, também não sinto a mínima saudades de rodar jogos em fita cassete no Zx-Spectrum, guardo a lembrança com carinho, mas hoje coloco milhares de games num único cartão SD e bora se divertir!

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  8. Bacana a postagem, coleção é realmente uma coisa que a pessoa faz por sentimento, não tem nada racional nisso, muitas vezes a gente coleciona coisas que nem usa, que nem olha, só ficam ali ocupando espaço para dizer que você tem...

    Para contradizer tudo que eu disse...

    Eu contei que tenho o VHS original do filme do Robin Hood O Principe dos Ladroes? Tenho também o DVD que tem 12 minutos inéditos na TV e no VHS? Já viu meu avatar?

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  9. @Solo Player

    Como falei pro Eduardo, não existe certo nem errado em colecionar; se a pessoa se sente feliz com um VHS quase mofando em casa (hehehe, brincadeira), que tenha centenas e milhares de fitas destas.

    Agora entendi seu avatar! Abraço!

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  10. Eu sempre fui viciados em jogos, desde dos meu 6 7 anos, nesse tempo tentei coelecionar de tudo, cartões, moedas, chaveiros, enfim nada foi além do que uma simples vontade, até menos de um ano atráz eu descobrir o que realmente eu queria, sempre esteve tão perto, infelizmente percebi isso já com quase 30 anos, mais hoje posso dizer. EU SOU MUITO FELIZ EM COLECIONAR VIDEO GAMES , e não troco essa vida por quase nada.

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