Nell (1994)

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Hoje estamos estreando uma nova sessão aqui no blog, onde filmes, ao invés de jogos, serão analisados. Pretendo exprimir minha opinião sobre os mais diversos filmes, desde os mais antigos aos mais novos. Da mesma forma que admiro games, também gosto muito de cinema e não poderia deixar de compartilhar esta paixão com os leitores deste blog. Ah, os meus textos, apesar de não revelarem nenhuma cena em específico, podem conter spoilers, pois objetivam, além de gerar curiosidade, compartilhar minhas percepções e o entendimento que adquiri ao assistir as películas.

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O filme de estreia (Nell 1994), narra a história de uma jovem, representada pela excelente atriz Jodie Foster, encontrada por um médico (Liam Neeson) em uma casa na floresta, onde viveu a maior parte do tempo com sua mãe eremita. Afastada do convívio social moderno, a moça expressa hábitos incomuns e dialeto próprio. Intrigado com a descoberta e ao mesmo tempo encantado com a inocência e a pureza da moça, o médico sente-se comprometido a ajudá-la de alguma forma.

Na tentativa de compreender o comportamento praticamente selvagem de Nell, dois especialistas apresentam suas teorias: Paula Olsen, a psicóloga, tenta, a princípio, adequar o comportamento de Nell à algum tipo de patologia mental ou síndrome conhecida, defendendo a necessidade de integração de Nell à sociedade. Já o médico que a encontrou, Jerome Lovell, opta por um método mais intuitivo, procurando relacionar-se e aprender as formas de linguagem da protagonista, levantando a bandeira de que o contato de Nell com o mundo moderno não deveria ser feito de modo abrupto.

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ANÁLISE:

A abordagem mais humana e menos científica de Jerome surte resultado, derrubando todas as teorias de Paula, ficando claro para a psicóloga que sua paciente não apresentava nenhum tipo de anormalidade, pelo contrário, demonstrava satisfação e exprimia uma humanidade sem igual, mesmo em meio a um estilo de vida completamente diferente do usual, contrapondo-se à grande maioria dos homens e mulheres criados ao conforto da eletricidade e das telecomunicações.

 

Trailer do filme.

O conhecimento, que permite o desenvolvimento mental, acontece na relação com os outros, é uma troca de mão dupla, no filme é possível observar que não é só Nell quem aprende, mas muito mais o médico e a psicóloga descobrem coisas novas com Nell.

A desilusão/depressão evidenciada em alguns personagens é sanada praticamente de imediato, como um milagre, em um simples contato com Nell, seja através de uma singela palavra, mesmo que incompreensível, ou na manifestação de um carinho oferecido pela moça.

Mais que uma lição de moral de que a felicidade não está atrelada ao conforto e às ambições contemporâneas, o filme mostra que não era Nell quem mais precisava de ajuda, mas sim as pessoas em sua volta. O papel de Jodie Foster não deve ser encarado como um mero contraste entre a modernidade e a simplicidade, mas sim como um aviso escancarado de que é possível conviver com as diferenças e aprender com elas, numa troca dialética em busca de um caminho melhor, de menos apego à valores efêmeros.

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About Sandro Vasconcelos

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6 comentários:

  1. Nunca havia ouvido falar nesse filme antes... Foi até bom você ter feito essa análise porque percebi que é um filme que preciso assistir de alguma forma! Parece ser obrigatório!

    Manda mais! ^^

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  2. Oi Rafael!

    Pretendo trazer filmes bons e desconhecidos aqui para o blog. Já tenho uma listinha pronta, espero que a galera curta! Valeu pelo incentivo!

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  3. Eu assisti esse filme faz um tempo, mas ele não "mexeu" comigo, talvez agora, caso eu assista-o novamente tenha uma nova percepção.

    Boa analise e boa idéia em falar de filmes, vou copiar ...hihihi

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  4. Simplesmente maravilhoso!

    Ví esse filme quando jovem e hoje nos meu 26 anos, posso dizer que poucos filmes me emocionam nos dias atuais.

    Excelente analise Tandrillion ;)

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  5. Valeu Racerx e Cyber!

    Rita, como já dizia Chacrinha: "no Brasil nada se cria, tudo se copia", hehehe.

    Abração!

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