De uma forma inocente, em meados de 1992, conheci Fatal Fury imaginando que a o game seria uma continuação de Street Fighter 2. Mal sabia que aquele novo arcade não tinha nada a ver com o hit da Capcom, mas que fazia parte de uma nova franquia da SNK.
Fatal Fury 1 (1991)
Apenas três personagens selecionáveis: os irmãos Bogard (Terry e Andy) e Joe Higashi. Fatal Fury apresentava um visual meio pixelado e uma jogabilidade travada. Apesar destes contras, o game continha um charme suficiente para registrar-se no rol dos grandes; com dois planos de luta (ver foto abaixo), um visual mais despachado em comparação à Street Fighter, golpes sensacionais e uma trilha sonora impactante. Por último, vale destacar a opção cooperativa; quando o player 2 desafiava o 1, ambos, antes de lutarem entre si, deveriam vencer juntos o personagem do CPU que estava a duelar com o primeiro jogador. Era uma luta covarde de dois contra um, porém divertida. Uma pena que este modo não mais existiria nos capítulos subsequentes.
Fatal Fury 2 (1992)
Gráficos animalescos e muitos personagens disponíveis. Os cenários agora ficaram mais diversificados e menos urbanos; assemelhando-se ainda mais com Street Fighter, mas ainda preservando os dois planos de batalha. Fatal Fury 2 viria ratificar a competência da SNK no estilo versus fighting, batendo de frente com a poderosa Capcom. Nesta versão, Terry Bogard e mais 7 lutadores selecionáveis encaram uma aventura muito superior à oferecida pela primeira versão, com uma jogabilidade refinada e replay value muito maior. O inimigo final é Wolfgang Krauser, ao invés de Geese Howard, derrotado no primeiro episódio.
Fatal Fury Special (1993)
Pra mim o melhor de toda a franquia! Basicamente, um refinamento de FF2, com a implementação de novos guerreiros, cenários e sutis mudanças na jogabilidade. É possível escolher os chefes e os personagens novos são carismáticos pra caramba (Geese Howard retorna das trevas!). Em uma comparação direta com o Street Fighter 2, Fatal Fury Special seria mais ou menos como o “The New Chalengers”. Tiro certo da SNK!
Fatal Fury 3 – The Road to the Final Victory (1995)
Um novo estilo de visual, que acompanharia todo o restante da série, foi inaugurado em FF3. Os cenários são lindos e a história mais parecida com a do primeiro. Várias novidades, como o sistema de luta em três planos de batalha (mas sem a mesma liberdade oferecida nos FFs anteriores), 10 lutadores selecionáveis e a possibilidade de combos e golpes especiais. Infelizmente a jogabilidade regrediu em relação a FFS.
Real Bout Fatal Fury (1995)
Controles simplificados, acréscimo de mais lutadores (16) e cenários com cantos que podem ser destruídos, abrindo a possibilidade de vencer o adversário fazendo-o cair para fora do ringue. O game segue o mesmo esquema de três planos de FF3 com a inclusão da barra de energia para execução de super poderes. Os lutadores ganharam uma animação sem igual, os fundos são bem feitos, mas um mesmo cenário é reaproveitado várias vezes (como no primeiro Street Fighter Aplha), fator que me decepcionou um pouco.
Real Bout Fatal Fury Special (1996)
Ainda mais lutadores (20) e a volta dos 2 planos de batalha ao estilo dos primeiros. Em RBFFS há uma quantidade bem maior de cenários e o nível de detalhes visuais e animações é ainda mais impressionante. Considero este o melhor dos Real Bouts.
Real Bout Fatal Fury 2: The NewComers (1998)
Adição de dois novos lutadores e cenários com 1 ou 2 planos de batalha, numa mecânica mais parecida com o primeiro Real Bout, ou seja, através de táticas de esquiva para atacar o adversário em outro plano. Os combos deste game receberam um tratamento especial, sendo possível realizar sequências incríveis. Há poucas pausas entre as lutas, tudo é muito dinâmico e o grau de dificuldade não é mais tão alto.
Fatal Fury, Garou: Mark Of The Wolves (1999)
Em 1999 é lançado Fatal Fury, Garou: Mark Of The Wolves, uma versão totalmente diferente. Com apenas um único plano de batalha e somente um lutador remanescente. A história se passa dez anos depois da morte de Geese Howard (que agora morreu de vez) e com Terry Bogard de visual novo, fazendo um papel secundário na história. É considerado pela crítica o game mais bonito já lançado para a plataforma NEOGEO e por muitos jogadores este é o melhor Fatal Fury de todos, apesar de tantas mudanças.
Ufa! E aqui chegamos ao fim deste resumão sobre a saga, que infelizmente encerrou-se em 1999. Se você ainda não experimentou algum episódio do jogo, recomendo fortemente. Felizmente há uma gama de opções para se conhecer estas obras primas sem precisar ter o console da SNK. O Playstation 2, por exemplo, traz em duas mídias quase todos os episódios (exceto Garou). No Virtual Console do Wii e no PS3 os capítulos têm dado as caras em doses homeopáticas, mas no MAME você poderá apreciar tudinho e de graça #prontofalei.
FF é um dos títulos mais bacanas do NEOGEO, com pancadaria em auto estilo e diversão pra valer!
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Texto magnífico. Adoro aprender enquanto leio… E o texto está extremamente didático. Fale a verdade Tandriion, você é professor, não? ;-)
ResponderExcluirAbração!
Obrigado pela visita Macho Gamer!!
ResponderExcluirPoderia ser professor, sou físico, mas não sei falar em público, kkkkk.
Ainda faltou a tentativa poliginal de Fatal Fury (o Wild Ambition) e a edição do RB Special para o Playstation, que era diferente das versões de Arcade, Neo Geo, Neo Geo CD e Saturn.
ResponderExcluir@Bia Chun-li
ResponderExcluirNão é que faltou, é que resolvi me ater na série principal no console NEOGEO.
Obrigado pela visita.
Fatal Fury joguei bastante... sabia todos os golpes e especiais... essa 'palhinha' serve para quem não conhece dar uma verificada.
ResponderExcluirNo mais, acho que vale a pena um post especial com as versões menos conhecidas, como as que a Bia Chunli citou.
@Nesbitt
ResponderExcluirVale sim a pena! Não falei destes games porque não experimentei versões fora do NEOGEO, mas é uma boa idéia.
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