Após uma estréia com o pé direito em 2007, um novo capítulo da série seria questão de tempo. Uncharted 2 foi lançado em 2009 pela Naughty Dog para Playstation 3, baseando-se na mesma fórmula do antecessor, porém com alguns ajustes bem vindos, que serão discutidos no decorrer deste review.
O jogo segue o mesmo esquema de aventura descontraída e clichê à La Sessão da Tarde (programa que só passava filmes a exemplo de Indiana Jones, Jóia do Nilo, Goonies e Tudo por uma Esmeralda na década de 90). Seguindo a premissa de jogabilidade descomplicada e enredo sem muito compromisso com profundidade.
Nathan Drake desta vez, através de pistas deixadas por Marco Polo, está à procura da cidade perdida de Shambhala, que esconde um mistério transcendental. Assim, o protagonista, com a ajuda da novata Chloe e dos já conhecidos personagens Elena Fischer e Victor Sullivan, deverá ser mais esperto que seus hostis inimigos, concorrentes que também anseiam por Shambhala. Diferente do primeiro episódio, a trama se desenrola em vários locais diferentes, apresentando maior diversidade de cenários; além de florestas como em 2007, espere lutas emocionantes sobre veículos em movimento, tempestades de neve e adrenalina em meio a guerras civis em países inóspitos.
O desfecho de toda esta epopéia à lá Sessão da Tarde dura aproximadamente treze horas, alternando-se entre tiroteios, escaladas em ambientes cinematográficos e puzzles. As escaladas não oferecem desafio, pois são praticamente “on-rails”; aponte o analógico e pule, se girar a alavanca para o lado errado o personagem não se movimenta. Os puzzles, apesar de mais gigantescos e divertidos, ainda são elementares, podendo ser facilmente solucionados pelo método “tentativa e erro”. Os tiroteios foram aprimorados, pois se desenrolam em diversos tipos de ambientes distintos com interações criativas com os cenários. O sistema de cobertura (cover), difundido por Gears of Wars, não foi abandonado, sendo a tática mais eficaz para a sobrevivência.
A jogabilidade é responsiva e fácil de habituar. Não há necessidade de se pausar para trocar uma arma, tá tudo ali próximo aos seus dedos, fazendo com que a aventura não perca seu ritmo em nenhum segundo. O menu inicial possibilita a escolha da dificuldade e a dosagem deste desafio é justa mesmo no nível hard. A IA dos adversários se alterna entre bons e maus momentos, pois às vezes, durante a jogatina, os guerrilheiros bancam os burros lançando granadas contra eles mesmos.
Os gráficos, já soberbos, ganharam ainda mais vida e detalhes. O vilarejo nas montanhas geladas me impressionou à primeira vista, assim como a fase final, um verdadeiro espetáculo para nossos olhos! As animações e cut-scenes mantiveram a ótima qualidade: o cuidado com detalhes como o vento, a correnteza dos rios, roupas molhadas e os ambientes repletos de minúcias continuam a encantar. Entretanto, algumas árvores parecem artificiais, assim como, alguns barrancos, cachoeiras e despenhadeiros, que poderiam ter sido melhores desenhados. Os problemas de pop-ins e screen tearings foram minimizados em relação ao U1.
Os efeitos sonoros encantam, com explosões, tiros, quedas d'água, ruídos característicos dos animais e tudo mais. A dublagem é impecável e bem humorada, com comentários engraçados que Drake, Elena, Chloe e Sullivan tecem entre si, em breves momentos da partida. As bem compostas músicas casam com o clima de ação no melhor estilo Indiana Jones!
O menu principal ainda oferece multi player; desde as categorias tradicionais como Death Match, mescladas a outras mais características como roubar tesouros antes do adversário, arenas, onde a bala come solta e o empolgante modo cooperativo. Obviamente a opção online não é comparável com a de Call of Duty, por exemplo, mas mesmo assim agrada, cumprindo com glórias seu papel. Grande parte das skills presentes no modo single player são bem aplicadas no multi, dando autenticidade e longevidade ao game.
Uncharted 2 é uma aventura capaz de prender o jogador por horas em frente à TV, tanto pela beleza audiovisual, quanto pela história clichê, mas cativante, que a Naughty Dog produziu. Se você curtiu a primeira versão, certamente irá adorar esta seqüência - um belo upgrade em quase todos os aspectos; tanto em som, trilhas musicais de cinema e na ação, ainda mais frenética. Tais melhorias, aliadas à bem-vinda opção multi player online agregaram um bom replay value ao game. Enfrente, com braveza, florestas, montanhas congeladas e guerrilheiros raivosos, a fim de desvendar os mistérios por trás da mística cidade de Shambhala. Os poucos defeitos presentes no título, como puzzles simplórios, IA controversa e escaladas em piloto automático, não ofuscam tanto o brilho final da obra.
O título é exclusivo para o console da Sony.
9,3/10
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Cenas marcantes:
Gostaria de registrar aqui algumas partes emocionantes da partida. A primeira é o tiroteio que ocorre sobre carros em movimentos, onde é necessário saltar de um veículo em chamas ou rumo ao precipício, para o outro mais seguro. Outro momento de pura adrenalina acontece na cena em que Drake tem que alcançar um trem em locomoção e enfrentar inimigos cascas grossas dentro dos vagões.
Triângulo amoroso:
Fica claro a relação amorosa entre Nathan, Chloe e Elena durante as cut-scnes. Rola até ciúmes entre as meninas, que disputam Drake, e brincadeirinhas maliciosas entre eles são comuns. Quando uma das meninas sobe uma escada por exemplo, acontece do protagonista olhar para o bumbum das moças e tecer comentários de duplo sentido. Obviamente a loira vence a disputa.
Shambhala:
A cidade misteriosa tem um visual fantástico. O lugar é habitado por criaturas mitológicas, hostis e munidas com arpões. O inimigo principal quer encontrar uma árvore mágica em Shambhala capaz de fornecer imortalidade.
Poderia ter sido melhor:
Elena tem sua beleza, mas nunca solta aqueles cabelos. Queria ter visto a moça mais sensual, pelo menos no final. Chloe parece ser mais sexy, contudo tem alguma coisa no rosto dela que não é harmoniosa, talvez os olhos azuis exagerados ou o queixo.
Esticar a mão para auxiliar o salto de um companheiro, ou ser salvo por ele no exato instante que a queda em um abismo é inevitável são cenas extremamente piegas.
O oponente final não me agradou muito e a luta contra ele não é memorável!
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