Zelda é, certamente, um dos carros chefes da Nintendo; status ratificado através do antológico Ocarina of Time (Nintendo 64), que praticamente reinventou a série na transição 2D-3D; mantendo o universo mágico das versões anteriores, ao mesmo tempo em que introduziu novos padrões, a exemplo do inovador sistema “lock on targeting”, que facilitava e abrilhantava a forma de combate.
O Game Cube teve a honra de receber dois capítulos da saga e o melhor deles chama-se The Legend of Zelda: The Wind Waker (2002), nosso review de hoje.
A trama começa na ilha Outset, justamente no dia do aniversário de Link, quando subitamente, a pacata rotina do lugar é quebrada pela aparição de uma ave gigantesca, perseguida por um navio pirata. Incomodado com este fato, o protagonista, já vestido como o herói da lenda “Ocarina of Time”, vai averiguar o ocorrido. Neste ínterim, muita coisa acontece e, no final das contas, o pássaro acaba por seqüestrar a irmã do jovem loiro, obrigando-o a juntar-se aos piratas e enfrentar o infinito azul do mar, onde um fabuloso destino o aguarda.
A jogabilidade em WW segue o estilo Ocarina, contudo a história se desenrola num ambiente bem diferente; como o mapa é litorâneo, a locomoção não se faz mais a cavalo e sim através de uma canoa indígena estilo totem. Agora, as Dungeons estão localizadas em ilhas, diferindo do visual medieval de outrora.
Divergências a parte, o sistema de batalha e exploração são praticamente iguais; pressiona-se L para que uma “mira” focalize o inimigo, enquanto Z, X e Y são teclas programáveis a critério do jogador, disponíveis tanto para o uso de armas, quanto de itens, que são conquistados no decorrer a partida. E por falar em itens, os clássicos acessórios estão de volta, incluindo os braceletes, bombas, gancho, boomerang, arco & flecha, garrafas vazias, e, obviamente, a espada da lenda de Zelda (master sword). O arsenal, neste episódio, também conta com os calouros grappling hook, deku leaf e a varinha Wind Waker, substituta da Ocarina do tempo. O grappling hook é utilizado como “cipó”, para roubar objetos dos inimigos e ainda para descobrir tesouros em alto mar. Com o Deku Leaf, Link pode, entre outras funções, saltar de grandes alturas e amortecer sua queda. A varinha mágica pode alterar o sentido do vento (para navegar), fazer amanhecer ou anoitecer de repente e executar diversas magias que trarão auxílio nos puzzles. Cada fase requer uma estratégia diferente, logo, o gamer deve ser astuto na utilização das teclas programáveis, disponibilizando as armas mais importantes para cada estágio.
O mundo nesta versão é enorme, contudo, o mapa é bem detalhado, trazendo claramente a localização das principais ilhas. Durante as longas viagens, o jogador irá se deparar com cidades, fortalezas, cavernas encantadas, monstros marinhos mitológicos, dezenas de personagens carismáticos, entre outras surpresas. Navegar, às vezes pode se tornar enfadonho, porém, este problema é amenizado após a descoberta das warp zones.
O jogo não é tão desafiador quanto Ocarina, apesar de que algumas Dungeons exigem bastante fosfosol. Os chefões são, em maioria, robustos e cheios de efeitos, mas, com exceção da batalha final, não oferecem “aquela” resistência. Apesar desta aparente ausência de dificuldade, a aventura é extremamente viciante, contando com quebra-cabeças prazerosos, combates épicos, missões secundárias caprichadas e cenários diversificados. Em dois dos templos do game, Link conta com a ajuda de parceiros (um para cada templo), essenciais para a conclusão das fases. Estes amigos são bem desenhados e estão perfeitamente encaixados no contexto, trazendo um brilho ainda maior à história. WW proporciona aproximadamente 20 horas de jogatina, contudo, este tempo pode ser consideravelmente maior caso o gamer se encante com as dezenas de objetivos paralelos presentes no título.
No quesito gráfico temos que dar a mão à palmatória; desculpem-me os ortodoxos, mas cel-shaded caiu como uma luva na série Zelda! O resultado final em Wind Waker é soberbo, parece mesmo um cartoon, um espetáculo! Os personagens são expressivos, há efeitos de luz por toda a parte, chuva, raiar do dia, cores vibrantes e bastante vento. Indubitavelmente o melhor visual da sexta geração.
O repertório musical também é fantástico, algumas faixas são inéditas, outras, porém, bem conhecidas, são “apenas” rearranjadas. Os efeitos sonoros acompanham a alta qualidade de todo o trabalho, incluindo os famosos gritos do jovem loiro, barulhos de explosão, das ondas da praia, grunhidos das gaivotas, clash das espadas, ecos, e tudo mais, explorando a capacidade do Dolby Pro Logic II em sua plenitude.
The Wind Waker é bem executado em todos os aspectos; apresentando lindos gráficos, jogabilidade perfeita e uma história de fácil assimilação. Incorpore o lendário herói da lenda de Zelda e mergulhe numa trama pra lá de bacana. Por que a irmã de Link foi seqüestrada? Quem está por detrás do rapto de todas as garotas do vilarejo? Estas são apenas algumas questões que o jogo coloca. Há bastante coisa a se fazer entre missões principais e secundárias, garantindo mais de 20 horas de diversão. WW pode não ter sido tão inovador quanto Ocarina of Time, mas a arte cel-shaded e os cenários praianos não deixam a desejar, colocando o título entre os melhores já produzidos pela produtora Nintendo.
Nota: 10/10
Esse é o Zelda que mais anseio em jogar... Só que não tenho como :(. Tentei emular no meu notebook, mas ficou leeeento, nem deu.
ResponderExcluirTô só na vontade, mas vou arrumar um jeito de jogar!
No mais, como não poderia deixar de ser do nosso amigo Sandro, belo review!
Nossa, esse Zelda parece ser bem legal mesmo! Ótima análise, Sandro!
ResponderExcluirCaramba, não conhecia esse Zelda e fiquei encantada. Adorei!
ResponderExcluir@Zolini
ResponderExcluirO Wii tem retrocompatibilidade com o Game Cube, é um dos meios de se jogar este Zelda.
@Nesbitt
Este Zelda é um dos melhores, se puder conferir, vale a pena!
@Ra_cherry
Legal que conheceu WW através da minha análise. Se você tiver um Wii vale a pena comprar este jogo e original ainda prá guardar prá sempre! :D
Wind Waker tinha tudo pra ser o melhor Zelda de todos, mas duas coisas me fazem achar ele um saco: primeiro é que definitivamente ficar navegando grandes distâncias sem ter basicamente nada pra fazer não é uma boa escolha. Quando aparece um inimigo no meio do oceano o "sistema de batalha" não ajuda muito. E outra é que o do meio do jogo pra frente eu achei o desenrolar da trama muito chato, quase desisti de zerar ele. No final a coisa melhora muito, mas ae a má impressão já tinha ficado.
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